quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Nutrição para Surf / Bodyboard

O Verão está chegando e os esportes nas praias ganham ainda mais popularidade.


Ótimas formas de promover a saúde, manter o corpo sarado e, ainda por cima, entrar em contato com a natureza, o Surf e o Bodyboard estão entre os esportes mais praticados no mundo e, principalmente, no Brasil devido ao seu imenso litoral. E é algo comum entre bodyboarders e surfistas passar horas e mais horas no mar “pegando” ondas sem se preocuparem muito com a alimentação e as agressões que o organismo sofre no ambiente marinho. Sem os cuidados nutricionais adequados, é possível que a diversão vire uma dor de cabeça no mar.

Uma alimentação voltada à necessidade do surfista e do bodyboarder deve ser dividida em etapas. Em torno de 1 hora antes da sessão, a refeição deve ser leve, porém suficiente para fornecer níveis adequados de energia para a prática da atividade. Devemos atentar para o consumo de carboidratos (principalmente) e proteínas neste momento: sanduíches integrais com queijos brancos, frutas leves como bananas e peras, embutidos light como peito de peru, raízes como aipim e inhame, ou até mesmo tubérculos, como a batata doce. Caso não haja tempo para uma refeição (pelo menos 1h e meia), já que muitos surfistas/bodyboarders acordam e vão direto para o mar aproveitar as ondas, recomenda-se o consumo de refeições mais leves. Não podemos esquecer também da ingestão de líquidos neste momento para manter a hidratação(1). O uso de um suplemento como a maltodextrina diluída em água é altamente recomendado.

Esportes aquáticos podem apresentar outro agravante em relação ao gasto energético. A temperatura do ambiente pode influenciar nos mecanismos de termorregulação, ou seja, caso o mar esteja muito frio, o organismo terá um gasto a mais de energia para manter o corpo numa temperatura estável.

Como o tempo de permanência na água costuma ser superior a 3 horas, é imprescindível que haja ingestão de líquidos e de nutrientes como o carboidrato. As pessoas acham que, por estarem dentro d’água, não desidratam, porém a desidratação acontece mais acentuadamente do que num ambiente seco. Isso por que a quantidade de sal na água é tão grande que atrai água do nosso corpo para fora (um sinal é o surgimento de rugas nas mãos). Já o carboidrato tem a função de manter o fornecimento de energia, retardando a chegada da fadiga e mantendo níveis adequados de açúcar no sangue, o que é essencial para o funcionamento normal do nosso cérebro(3). Portanto, a ingestão de líquidos e carboidratos é fundamental no meio de uma sessão mais longa (>3h)(2). Como o surfista/bodyboarder não gosta de sair do mar para se alimentar ou não tem onde guardar o alimento, uma boa opção é usar os carboidratos em gel (acompanhados de água) ou os repositores hidroglicoeletrolíticos (que repõem água, açúcar e sais minerais).

Após as sessões, o mais recomendado é a ingestão de líquidos e carboidratos de forma imediata. Ou seja, assim que sair do mar, se alimente. Neste momento, os sucos energéticos podem ser ótimas opções. Lembrem também de comer algum alimento fonte de proteína, pois elas também desempenham a recuperação do seu músculo, que está bastante desgastado, já que nosso corpo também utiliza aminoácidos do músculo como fonte de energia(1). Os suplementos que podem ser usados nesse momento são os repositores energéticos com uma concentração maior de proteína ou a dextrose associada à Whey Protein.

A alimentação é, muitas vezes, esquecida. E em nível recreacional ela pode não somente determinar o tempo em que você consegue passar dentro d’água se divertindo, mas também definir como você estará se sentindo após a diversão.

Então aproveitem para se alimentarem de forma adequada e boas ondas!

Referências
  1. HERNANDEZ, A. J. et al. Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Rev Bras Med Esporte 2009;15(3).
  2. CARVALHO, T.; MARA, L. S. Hidratação e Nutrição no Esporte. Rev Bras Med Esporte – Vol. 16, N  2 – Mar/Abr, 2010.
  3. MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Roca, 2005.