Olá, pessoal! Resolvi escrever sobre um dos temas mais discutidos entre os consumidores de suplementos nutricionais: a qualidade dos produtos brasileiros. É quase um consenso entre essas pessoas que os produtos nacionais, em sua grande maioria, "não prestam". Mas será que isso tem fundamento? Os produtos importados são realmente mais confiáveis?
A indústria de suplementos nutricionais para o esporte é uma das maiores e mais lucrativas do mundo. Por mês, nos Estados Unidos, cerca de 40 mil atletas gastam um total de 300 dólares em suplementos, enquanto que os atletas recreacionais gastam em média 80 dólares por mês. Só para se ter uma ideia, em 2001, há 10 anos, foram gastos 400 milhões de dólares em suplementos nos Estados Unidos.
No Brasil, o comércio de suplementos alimentares vem crescendo em ordem exponencial. E com o mercado em ascensão, é abundante a oferta de marcas e produtos importados, assim como nacionais, já que as fábricas brasileiras também acompanharam o crescimento mundial. Mas na hora da compra, ainda são maioria aquelas pessoas que preferem o produto importado. Os motivos são os mais variados: credibilidade da marca, preço, preconceito com os produtos nacionais, marketing, etc.
O que essas pessoas não sabem é que são poucos os suplementos nacionais que usam matéria prima de origem brasileira. Ou seja, o produto bruto (sem passar por processamentos finais) do suplemento nacional vem do mesmo lugar de onde vem o do suplemento importado. Então, se acredita que os suplementos importados possuem melhor qualidade por serem produzidos lá fora, mas o ingrediente muitas vezes é o mesmo e veio do mesmo distribuidor, exemplo clássico disso são as famosas proteínas do soro do leite, mais conhecidas como Whey Protein.
É bem verdade que em alguns produtos nacionais já foram encontradas substâncias proibidas na formulação e que foram omitidas no rótulo nutricional (prática ilegal). Mas a indústria estrangeira também coleciona inúmeros casos de adulteração de produtos com substâncias ilícitas, a diferença é que muitas vezes isso não chega ao nosso conhecimento. Logo, não é de exclusividade brasileira tais casos. E comete um erro quem acha que o controle de fiscalização desses produtos nos Estados Unidos é maior, na verdade é tão deficitário quanto no Brasil (haja vista a quantidade de suplementos potencialmente perigosos que são permitidos por lá).
Mas, Bruno, pelo fato de nos Estados Unidos a indústria da suplementação esportiva ter mais tempo de atividade e contar com marcas mundialmente conhecidas, não haveria uma maior preocupação da parte delas em fazer um produto confiável? A resposta é: Talvez sim. E na prática é isso que observamos, em termos percentuais, as marcas importadas apresentam uma confiabilidade maior devido ao histórico e reputação. Como no Brasil há poucas marcas de suplementos, algumas que já provaram não merecer confiança do consumidor acabam por “sujar” a imagem de empresas sérias e comprometidas com a ética.
E em termos de tecnologia e processos de fabricação? Lá fora é superior? Alguns processos de fabricação realmente parecem ser mais evoluídos na indústria americana. O que posso garantir é que existem empresas brasileiras que têm tecnologia de ponta na fabricação de suplementos alimentares.
Ainda existe a percepção equivocada do povo brasileiro de que “tudo que vem de fora é melhor”, causando uma enorme dificuldade às fábricas brasileiras em competir com as importadas. Enquanto que por um lado os preços nacionais são mais competitivos por não sofrerem uma série de impostos de importação – o que permite às fábricas nacionais oferecerem produtos melhores e mais baratos –, por outro lado fica difícil competir com o preconceito com o produto nacional.
Portanto, da próxima vez que for comprar um suplemento alimentar, analise bem suas opções e peça orientação de um nutricionista capacitado para uma indicação adequada. Assim como há produtos excelentes de origem estrangeira, também há similares nacionais, o mesmo valendo para produtos de má qualidade. Lembre-se, o melhor produto será aquele que atender às suas necessidades e respeitar o consumidor, independente do país de procedência.