Olá, pessoal!
Após muito tempo volto a atualizar o blog. Foram diversos pedidos e sugestões de temas e fico extremamente feliz por vocês estarem gostando dos assuntos abordados aqui. A vida anda muita corrida e vou tentar não ficar tanto tempo sem atualizar, ok?
Mas vamos ao que interessa. Muitas pessoas pediram para eu abordar esse assunto, então resolvi falar um pouco, repito UM POUCO, desse tema que sem sombra de dúvida todo mundo se interessa, basta citarmos um exemplo prático: qual é o objetivo de todos que malham e se alimentam bem? "Ganhar massa muscular e perder gordura". O problema é que nós veremos que isso é um pouco complicado de se obter ao mesmo tempo, mas existem manobras que podem ser feitas para contornar esse processo.
Bom, para começar é importante deixar bem claro que para se perder peso, necessariamente o balanço calórico deverá ser negativo, ou seja, você deverá gastar uma quantidade de energia superior àquela que você ingere diariamente. Por isso, a prática de exercícios é fundamental nesse gasto energético elevado e a dieta é imprescindível para adequar as necessidades nutricionais aos objetivos.
"Mas dá para ganhar músculo e perder gordura ao mesmo tempo?" É até possível se conseguir isso ao mesmo tempo, porém é muito demorado, já que o balanço calórico deverá ser próximo de zero (gasto energético = consumo energético). Nesse caso, uma dieta e um programa de exercícios bem controlados podem gerar tal resposta. Em relação à dieta, a preocupação está bem mais na proporção de macronutrientes e micronutrientes do que no valor calórico em si. Mas como eu mencionei, é muito difícil e lento. Vale mais a pena investir num processo de perda de peso para posterior hipertrofia.
Então se a preocupação é perder peso e preservar ao máximo a massa muscular, algumas medidas podem ser adotadas. Para começar, o programa de exercícios feito pelo seu treinador deverá unir os tipos aeróbios e anaeróbios de exercício, já que os dois praticados em conjunto trabalham tanto a musculatura no sentido de perda de peso como no sentido de hipertrofia. Claro que nesse caso o trabalho de hipertrofia não será o foco, sendo muitas vezes um trabalho de resistência/condicionamento muscular do que hipertrofia propriamente dito. A dieta, por sua vez, deverá ser hipocalórica (fornecer menos energia do que o que é gasto diariamente), já que o que se trabalha é a perda de peso.
Os segredos para ajudar na manutenção de massa magra são simples. Primeiro, aumentar o número de refeições diárias. Isso parece bobagem, já que em qualquer programa de TV, rádio, e blog da internet diz que você deve comer cerca de 6 vezes por dia, já está todo mundo de saco cheio de saber disso, não é? Acontece que os estudos vêm demonstrando que realizar várias refeições (em pequenas porções) durante o dia favorecem a perda de peso por diversas razões. Dentre as mais importantes, posso citar que ao comer com intervalos regulares (média de 3h) a gente ajuda no controle do apetite, evitando ficar com muita fome e acabar comendo demais na próxima refeição. Outro motivo importantíssimo é que dessa forma nós evitamos os picos de anabolismo no nosso corpo (não me refiro ao anabolismo muscular, ok?). Quando comemos uma grande refeição e ficamos por muito tempo sem nos alimentar, é como se o corpo tivesse um sinal de que é necessário estocar o máximo de nutrientes possíveis para passar tanto tempo sem receber energia (alimento), e como é que nosso corpo estoca energia de maneira mais eficiente? GORDURA! Logo ingerir várias refeições pequenas durante o dia ajuda o corpo a estocar menos e gastar mais, dessa forma acelerando seu metabolismo (aumentando o gasto energético e diminuindo o estoque).
Outro detalhe que ajuda na preservação da massa muscular é o consumo de proteína. Estudos têm mostrado que indivíduos participantes de um programa de treinamento com dietas hipocalóricas e hiperproteicas (1,6-2,0g/KgP de proteína/dia) perdem peso com maior proteção à musculatura. Ou seja, aumentar um pouco a ingestão de proteínas diminui a degradação do seu músculo. Isso significa que quanto mais proteína, melhor? De forma alguma. Se a ingestão de proteína for acima do recomendado, tem-se o efeito contrário até, mais proteína é degradada.
Mas o que importa não é só a quantidade de proteína por dia, mas como essa proteína está distribuída nas refeições. É até comum vermos na prática nutricionistas só se preocuparem com a proteína nas grandes refeições (desjejum, almoço e jantar). Porém uma série de estudos, que até já abordei aqui no blog, mostraram que a ingestão recorrente de proteína ajuda a inibir a degradação muscular e a aumentar a síntese proteica no músculo. Então, vamos supor que um indivíduo de 70Kg consuma 2g de proteína por quilo de peso, dando um total de 140g de proteína por dia. A melhor forma de distribuir essa proteína é igualmente nas refeições, supondo que ele faça 6 refeições por dia, daria um total de 23g de proteína por refeição. E é aí que entra uma observação legal: é complicado obter essa quantidade de proteína em toda refeição, principalmente nos lanches. Nesse caso os suplementos proteicos podem ser bastante úteis (barrinhas, pós, cápsulas). Vale ressaltar que a qualidade da proteína é fundamental no programa dietético, então devemos priorizar as carnes magras (aves, peixes, cortes bovinos sem capa de gordura) e proteínas de alto valor biológico de fontes vegetais, como a soja.
E as gorduras? Bom, pecado preferido de quem quer emagrecer é achar que tirando toda gordura da alimentação está fazendo o correto. Existem gorduras que nós não produzimos e precisamos obter através da dieta, são os chamados ácidos graxos essenciais (AGE). Presentes principalmente nos óleos vegetais e em peixes, esses óleos são importante para diversas funções no nosso organismo, mas uma em especial que é muito pouco abordada e fruto de interesse pra nosso tema: tais gorduras fornecem fluidez à membrana das células, fazendo com que elas funcionem adequadamente. Isso acontece na célula muscular também, logo se há falta desses nutrientes nas membranas, a célula fica mais susceptível a danos e agressões, podendo aumentar a perda de massa muscular. Então, não esqueçam de ingerir os AGE diariamente.
Quem quer emagrecer com saúde não deve eliminar os carboidratos da dieta, hein?! Essa é outra mania de quem emagrece sem orientação nutricional. O resultado é rápido? É, mas a rapidez com que o peso volta após a reintrodução dos carboidratos na dieta é ainda mais avassaladora. Fora todos os malefícios que essa dieta isenta de carboidratos causa ao organismo, mas que não dá pra citar aqui, senão vai virar um livro (rs). O ideal de carboidrato deve ser calculado pelo nutricionista a fim de equilibrar suas necessidades. Menção honrosa à hidratação, já que o músculo é um tecido extremamente irrigado e níveis adequados de água ajudam a preservá-lo.
Para finalizar, podemos falar de suplementos alimentares que ajudam a preservar massa muscular durante um programa de perda de peso. Dentre os mais comuns e famosos está o BCAA (Aminoácidos de Cadeia Ramificada). Acontece que essa recomendação é mais teórica do que prática. Poucos estudos conseguem provar que o consumo de BCAA diminui a degradação proteica. Estudos mais novos mostram que o BCAA numa quantidade de 100mg/Kg de peso/dia dão bons resultados, pode ser uma boa estratégia e que venha a ser comprovada no futuro. Proteínas, como já citei, devem ser utilizadas com bom senso e coerência. O uso de suplementos lipídicos (com AGE) é extremamente benéfico pra saúde e, como já mencionei, podem diminuir a perda da musculatura. Por fim, a creatina pode ser usada como importante coadjuvante em todo processo. Ela ajuda a manter um estado de anabolismo dentro da célula muscular, aumentando síntese proteica e diminuindo degradação, nesse caso sendo um importante ajudante na manutenção de força e volume muscular.
Bom, por hoje é só, pessoal. Este é um assunto muito extenso e tenho certeza de que não cobri tudo que ele abrange. Mas espero que as dúvidas sejam tiradas pelos comentários e a gente consiga enriquecer ainda mais o blog com conhecimento.
Grande abraço, até a próxima!
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Referências
1. Kreider et al. ISSN exercise & sport nutrition review: research & recommendations Journal of the International Society of Sports Nutrition 2010, 7:7.
2. Campbell et al. International Society of Sports Nutrition position stand: protein and exercise Journal of the International Society of Sports Nutrition 2007, 4:8.
3. La Bounty et al. International Society of Sports Nutrition position stand: meal frequency Journal of the International Society of Sports Nutrition 2011, 8:4.
Aqui serão tratados assuntos relacionados a nutrição e suplementação esportiva, visando a disseminação e agregação de conhecimento para a promoção do bem estar físico e mental através do esporte e da nutrição.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
A importância da proteína para hipertrofia muscular
E aí, pessoal, tudo bem?
Peço perdão pela falta de atualização no blog, muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo na vida dão nisso. Mas coisas boas, ao menos!
Hoje resolvi escrever um pouco sobre a importância da proteína na dieta de quem objetiva a hipertrofia muscular, na verdade quase tudo do que vou falar serve também para quem não possui objetivo de hipertrofia. O motivo de eu abordar esse tema é a grande quantidade de informações equivocadas que são disseminadas entre os praticantes de exercício físico nas academias, principalmente aqueles que se espelham em fisiculturistas...
Para começar, o nutriente mais importante para hipertrofia muscular é o CARBOIDRATO, e não a proteína, como muitos pensam devido ao músculo ser formado basicamente por proteína. O motivo é simples: o carboidrato é o nutriente essencial para manter um estado anabólico no nosso corpo, ou seja, um estado em que formamos tecidos (nesse caso em particular me refiro ao tecido muscular). Tudo isso porque o carboidrato (glicose) é a forma que preferencialmente fornece energia para nosso corpo. Sem carboidrato, nós passamos a utilizar proteína como fonte de energia, aumentando a formação de produtos tóxicos no nosso organismo, que leva a uma série de consequências negativas na nossa saúde como cetoacidose, inflamação e até mesmo hipoidratação. Além disso, o carboidrato é essencial para um potente estímulo à insulina, um hormônio essencial para anabolismo muscular por participar da ativação da síntese proteica muscular. Outro motivo: os nossos músculos mantêm reservas de energia intracelulares na forma de glicogênio, que não passa de um polímero (várias unidades unidas) de GLICOSE, e para recuperarmos nosso músculo após uma sessão de exercício físico precisamos primeiramente recuperar o glicogênio muscular. Isso sem falar no glicogênio hepático (do fígado) que precisa estar recuperado também. Proteína faz esse papel? Fazer até faz... mas demora muito mais do que o carboidrato e não faz com a mesma qualidade, gerando aqueles produtos tóxicos que eu já citei...
Após desmitificar esse aspecto das proteínas, outro mito que deve ser combatido é o dizer "quanto mais proteína, melhor para hipertrofia". Talvez esse seja ainda mais disseminado do que o anterior. É comum vermos pessoas "se entupirem" de proteína pensando que vão melhorar a hipertrofia muscular. Na verdade, nosso organismo não possui capacidade de estocar aminoácidos (as unidades que formam a proteína) como estocam carboidrato e gordura... Ou seja, todo excesso de aminoácido será oxidado para gerar energia ou será transformado em gordura e estocado no tecido adiposo. Existe uma necessidade maior de proteína para quem pratica exercício físico comparado a uma pessoa sedentária? Sim. E essa necessidade é maior para quem faz musculação em relação a quem pratica corrida de longa duração, por exemplo. Para falarmos de valores, hoje na literatura científica esse valor gira em torno de 1,6 até 2,0 gramas de proteína por quilo de peso corporal. Para um indivíduo de 70kg, por exemplo, a ingestão de proteínas deve ser até 140g por dia. O excedente a esse total provavelmente terá um dos dois destinos supracitados.
Outro aspecto importantíssimo que pouquíssimas vezes é considerado no planejamento de uma dieta (inclusive por muitos nutricionistas) é o fracionamento da proteína na dieta. Pegando o exemplo acima, um indivíduo de 70kg que consome 140g de proteína por dia... Ele deve ingerir 140g de uma vez só? Deve concentrar mais no almoço e no jantar? Nem um, nem outro. O ideal mesmo para quem quer estimular ao máximo a síntese proteica muscular é colocar fontes de proteína em toda refeição que fizer durante o dia. A quantidade ideal depende muito desse cálculo (Grama de proteína / Quilo de peso), mas alguns estudos mostraram que cerca de 20g de proteínas em cada refeição é o ideal para estimular a síntese proteica. Quantidades acima disso não aumentariam significativamente a síntese e ainda aumentariam a oxidação (degradação) de aminoácidos.
A fonte dessa proteína é importante? Claro. Estudos comprovaram que existem aminoácidos específicos que ativam a síntese proteica, são os chamados aminoácidos essenciais (aqueles que o organismo não produz, sendo necessário ingeri-los pela alimentação). O que isso quer dizer? Quer dizer que se você consumir fontes de proteínas com elevado teor de aminoácidos essenciais (proteínas de alto valor biológico), você terá um resultado melhor para hipertrofia muscular. Quais são essas fontes? De uma forma geral proteínas animais como leite e derivados, ovo de galinha, carne bovina, frango, peixe, carne de porco, cabra, etc. Fontes vegetais de proteínas não são boas fontes de aminoácidos essenciais, com exceção da soja, que apresenta alto valor biológico.
E quanto ao momento pré/pós-treino? Existem evidências científicas de que a ingestão de proteínas (com carboidratos) logo após o treinamento resistido (ou seja, com pesos) estimula melhor a recuperação muscular. É a chamada janela de oportunidade ou janela metabólica. Até 15 minutos pós-treino seria o momento ideal para ingerir uma fonte de proteína de alto valor biológico (rica em aminoácidos essenciais), melhorando a resposta anabólica após exercício. Vale salientar que a recuperação apenas começa no pós-treino imediato, ela só termina mesmo em média em 24 horas, podendo se estender até 72h a depender da intensidade do estímulo (exercício). Alguns estudos inclusive apontam benefícios da ingestão proteica pré-exercício, mas aí entra naquela regra da proteína em toda refeição, nesse caso na refeição pré-treino.
Acho que abordei bastante coisa sobre as proteínas, mas se esqueci alguma coisa, por favor perguntem nos "Comentários", que responderei prontamente, Ok?
Por hoje é só, grande abraço a todos!
--
Referências
1. MOORE, D. R. et al. Ingested protein dose response of muscle and albumin protein synthesis after resistance exercise in young men. Am J Clin Nutr 2009;89:161–8.
2. MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
3. BORSHEIM, E. et al. Essential amino acids and muscle protein recovery from resistance exercise. Am J Physiol Endocrinol Metab, 283(4). 2002.
4. ARNY, A. F. et al. Essential amino acids for muscle protein accretion. Strength and Conditioning Journal. 32(1), 2010.
5. HULMI,J. J. et al. Effect of protein/essential amino acids and resistance training on skeletal muscle hypertrophy: A case for whey protein. Nutrition & Metabolism, 7:51, 2010.
6. ZIEGENFUSS, T. N. et al. Protein for sports - New data and new recommendations. Strength and Conditioning Journal. 32 (1), 2010.
7. LOWERY, L. M.; DEVIA, L. Dietary protein safety and resistance exercise: what do we really know? Journal of the International Society of Sports Nutrition 6:3, 2009.
8. RASMUSSEN, B. B. et al. An oral essential amino acid-carbohydrate supplement enhaces muscle protein anabolism after resistance exercise. J Appl Physiol 88:336-392, 2000.
9. KREIDER, R. B. et al. ISSN exercise & sport nutrition review: research & recommendations. Journal of the International Society of Sports Nutrition 7:7, 2010.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Proteína em excesso prejudica os rins e o fígado?
Alvo de discussão entre profissionais da área de saúde, o consumo de proteínas ainda é um ponto de discórdia entre os nutricionistas. Essas divergências são em relação à quantidade de proteína presente nas dietas e seus potenciais deletérios ao fígado e aos rins.
Entenda o motivo dessa discussão: o excesso de proteína será oxidado (quebrado para formação de energia) ou transformado em gordura pelo fígado. Nesse processo, há a formação de amônia no sangue, um composto tóxico que precisa ser excretado do organismo.
A amônia é transformada em ureia (principalmente no fígado e em menor percentual nos rins) para ser, posteriormente, eliminada na urina. Logo, o fígado passa a trabalhar mais para suprir essa necessidade, assim como os rins, que filtram o sangue para eliminar a ureia.
Em pessoas com problemas hepáticos e/ou renais pré-existentes, ou seja, o consumo excessivo de proteína por essas pessoas agrava o quadro de lesão do fígado e dos rins. Por causa desse processo, por inferência, historicamente é citado nos livros que o excesso de proteínas na dieta, por causa da maior formação de amônia, causa problemas hepáticos e renais em indivíduos saudáveis.
Inúmeros estudiosos realizaram procedimentos científicos para verificar se tal condição é verdadeira, mas falharam nesse objetivo. Não é cientificamente provado que o excesso de proteínas na dieta de uma pessoa saudável constitui risco para lesão hepática ou renal. A teoria de quem defende esta tese é de que o fígado/rim saudável passa a trabalhar mais devido à maior formação de amônia, mas consegue “dar conta do recado”.
Portanto, parece que o consumo aumentado de proteínas não oferece risco de saúde para pessoas previamente saudáveis, porém não é verificado nenhum benefício adicional também.
A quantidade ideal de proteínas na dieta é determinada por um nutricionista, que irá prescrever a quantidade correta para os objetivos e necessidades do paciente, fornecendo também uma proporção adequada entre os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (vitaminas e minerais) para promoção e manutenção da saúde.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Suplementação para o Endurance
Fala, pessoal!
Infelizmente o blog não está sendo atualizado como eu desejo nessas últimas semanas. Final de semestre é assim mesmo!!
Para não deixar a poeira baixar, segue um link para uma matéria que escrevi para o site da SNC (Sports Nutrition Center) de Salvador. Aliás, pra quem procura suplementos de qualidade e atendimento de altíssimo padrão, lá você encontra! A equipe de nutrição de lá é simplesmente show!
O Link para o site da SNC está aí do lado esquerdo nas minhas indicações de sites. O link da matéria é esse AQUI!
Aproveito a deixa para indicar outro blog que está bombando e fala TUDO sobre gorduras, emagrecimento e tudo que é relacionado a essas células tão odiadas! É o blog NutriLipid (link AQUI e também na lista de indicações)! Esse vale a pena seguir, gente!
Por hoje é só! Grande abraço!
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Por hoje é só! Grande abraço!
terça-feira, 17 de maio de 2011
Suplementos Nacionais x Importados
Olá, pessoal! Resolvi escrever sobre um dos temas mais discutidos entre os consumidores de suplementos nutricionais: a qualidade dos produtos brasileiros. É quase um consenso entre essas pessoas que os produtos nacionais, em sua grande maioria, "não prestam". Mas será que isso tem fundamento? Os produtos importados são realmente mais confiáveis?
A indústria de suplementos nutricionais para o esporte é uma das maiores e mais lucrativas do mundo. Por mês, nos Estados Unidos, cerca de 40 mil atletas gastam um total de 300 dólares em suplementos, enquanto que os atletas recreacionais gastam em média 80 dólares por mês. Só para se ter uma ideia, em 2001, há 10 anos, foram gastos 400 milhões de dólares em suplementos nos Estados Unidos.
No Brasil, o comércio de suplementos alimentares vem crescendo em ordem exponencial. E com o mercado em ascensão, é abundante a oferta de marcas e produtos importados, assim como nacionais, já que as fábricas brasileiras também acompanharam o crescimento mundial. Mas na hora da compra, ainda são maioria aquelas pessoas que preferem o produto importado. Os motivos são os mais variados: credibilidade da marca, preço, preconceito com os produtos nacionais, marketing, etc.
O que essas pessoas não sabem é que são poucos os suplementos nacionais que usam matéria prima de origem brasileira. Ou seja, o produto bruto (sem passar por processamentos finais) do suplemento nacional vem do mesmo lugar de onde vem o do suplemento importado. Então, se acredita que os suplementos importados possuem melhor qualidade por serem produzidos lá fora, mas o ingrediente muitas vezes é o mesmo e veio do mesmo distribuidor, exemplo clássico disso são as famosas proteínas do soro do leite, mais conhecidas como Whey Protein.
É bem verdade que em alguns produtos nacionais já foram encontradas substâncias proibidas na formulação e que foram omitidas no rótulo nutricional (prática ilegal). Mas a indústria estrangeira também coleciona inúmeros casos de adulteração de produtos com substâncias ilícitas, a diferença é que muitas vezes isso não chega ao nosso conhecimento. Logo, não é de exclusividade brasileira tais casos. E comete um erro quem acha que o controle de fiscalização desses produtos nos Estados Unidos é maior, na verdade é tão deficitário quanto no Brasil (haja vista a quantidade de suplementos potencialmente perigosos que são permitidos por lá).
Mas, Bruno, pelo fato de nos Estados Unidos a indústria da suplementação esportiva ter mais tempo de atividade e contar com marcas mundialmente conhecidas, não haveria uma maior preocupação da parte delas em fazer um produto confiável? A resposta é: Talvez sim. E na prática é isso que observamos, em termos percentuais, as marcas importadas apresentam uma confiabilidade maior devido ao histórico e reputação. Como no Brasil há poucas marcas de suplementos, algumas que já provaram não merecer confiança do consumidor acabam por “sujar” a imagem de empresas sérias e comprometidas com a ética.
E em termos de tecnologia e processos de fabricação? Lá fora é superior? Alguns processos de fabricação realmente parecem ser mais evoluídos na indústria americana. O que posso garantir é que existem empresas brasileiras que têm tecnologia de ponta na fabricação de suplementos alimentares.
Ainda existe a percepção equivocada do povo brasileiro de que “tudo que vem de fora é melhor”, causando uma enorme dificuldade às fábricas brasileiras em competir com as importadas. Enquanto que por um lado os preços nacionais são mais competitivos por não sofrerem uma série de impostos de importação – o que permite às fábricas nacionais oferecerem produtos melhores e mais baratos –, por outro lado fica difícil competir com o preconceito com o produto nacional.
Portanto, da próxima vez que for comprar um suplemento alimentar, analise bem suas opções e peça orientação de um nutricionista capacitado para uma indicação adequada. Assim como há produtos excelentes de origem estrangeira, também há similares nacionais, o mesmo valendo para produtos de má qualidade. Lembre-se, o melhor produto será aquele que atender às suas necessidades e respeitar o consumidor, independente do país de procedência.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Bebidas alcoólicas e Suplementos
Olá, Pessoal!
Dando uma pausa na série de matérias sobre os suplementos que estão dando o que falar, vamos falar hoje sobre uma coisa que muitas pessoas me perguntam quando estão consumindo algum suplemento: Usar suplementos e ingerir bebidas alcoólicas faz mal?
A suplementação nutricional serve para atingir determinado nível de nutrientes que estão em quantidades insuficientes na alimentação, ou para melhorar o desempenho esportivo. Antigamente, somente atletas consumiam suplementos esportivos em grande escala, mas atualmente o que se nota é que cada vez mais indivíduos fisicamente ativos e preocupados com a saúde buscam nesses produtos uma ajuda para alcançar seus objetivos e melhorar a saúde.
Como mencionado anteriormente, uma dúvida muito comum entre essas pessoas é se o consumo de álcool atrapalha e/ou faz mal quando o indivíduo faz uso de suplementos. Apesar do álcool não combinar com saúde e atividade física, não há problema algum em usar os suplementos e consumir bebidas alcóolicas, desde que em momentos distintos, pois o álcool atrapalhará o metabolismo do suplemento (digestão, absorção e possivelmente os efeitos) se forem ingeridos na mesma hora. Fora isso, não há interação negativa entre os nutrientes e nenhum efeito adverso.
O que não significa dizer que os resultados serão os mesmos com o consumo dessas bebidas. O consumo de álcool (a depender da quantidade) pode atrapalhar decisivamente não só no desempenho esportivo, mas também na saúde, pois causa a desidratação corporal, prejudica o fígado e suas funções reguladoras do metabolismo corporal e altera estado de humor e reflexos. A prática de exercícios é beneficiada com o uso dos suplementos corretos, mas pode ser prejudicada com o consumo de álcool.
Sendo assim, não há necessidade de interromper o consumo de bebidas à base de álcool quando estivermos usando suplementos, mas beber com moderação é essencial para que isso não venha a atrapalhar nos seus objetivos e resultados.
domingo, 24 de abril de 2011
Alerta sobre suplementos da moda (Parte 3 - M-Drol / D-Drol)
Olá a todos! Como prometido, mais uma matéria da série que vem trazendo muita discussão no blog. Hoje falaremos sobre o M-Drol e o D-Drol, que vêm sendo muito utilizados pelas pessoas nas academias com o intuito de aumento de massa muscular.
Para começar, eis os ingredientes do D-Drol:
- 2α,17α-Dimethyl-5α-Androstane-3-One-17β-Ol
- Estra-4,9-Diene-3,17-Dione
- 17α-Methyl-Etioallocholan-2-Ene-17β-Ol
- Bergamottin (DHB)
- Liver Support Complex
Os 3 primeiros ingredientes são esteróides sintéticos, ou seja, fazem parte do grupo tão mal-falado dos anabolizantes esteróides. Além disso, são substâncias que sofreram uma alquilação na posição 17α para que possam resistir ao catabolismo do fígado, o que as tornam anabolizantes de via oral. Por isso, a hepatotoxicidade (capacidade de fazer mal ao fígado) é altíssima. São substâncias que ainda contam com uma esterificação na posição 17β (processo comum nos anabolizantes em óleo injetável) para permanecerem ativas no organismo por mais tempo, potencializando os resultados.
O Bergamottin (DHB) é uma substância natural encontrada em algumas frutas cítricas, como a toranja (grapefruit), que tem como função aumentar a biodisponibilidade (aproveitamento pelo nosso corpo) de agentes fármacos.
O Liver Support Complex tem como finalidade a proteção do tecido hepático. Composto de silimarina e de Dandelian root (erva), esse complexo de substâncias é utilizado para proteger as células do fígado agindo como antioxidante e capaz de promover a desintoxicação hepática. Existem mais duas substâncias nesse complexo: a N-Acetyl-L-Cisteína, que parece ser capaz de aumentar os níveis de glutationa (poderoso antioxidante natural) no nosso organismo; e também o Ácido Alfa-Lipoico, que vem sendo usado em conjunto com a silimarina para tratamento de problemas no fígado.
Ah, mas que legal esse fabricante (4EverFit)!! E daí que ele venda um ANABOLIZANTE ESTERÓIDE disfarçado de Suplemento Alimentar?! O que é importante é que ele colocou também substâncias que TALVEZ protejam meu fígado e, ainda por cima, não apresentam efeitos colaterais. Fantástico!
Mas quando se trata dos anabolizantes contidos na fórmula do produto, há efeitos colaterais, sim! Antes de citá-los falarei do M-Drol (da marca Competitive Edge Labs), que é, na verdade, um produto que não se importa muito com seu fígado, pois possui basicamente o mesmo princípio do D-Drol sem o Liver Support Complex.
Os efeitos colaterais do uso de anabolizantes esteróides androgênicos são bastante conhecidos e divulgados pela mídia, mas não custa nada lembrar a quem pensa em usar esse tipo de subterfúgio para aumentar massa muscular.
Vamos à lista:
- Queda da produção natural de Testosterona;
- Infertilidade;
- Irritabilidade / Hostilidade / Raiva;
- Feminização no Homem;
- Impotência;
- Ginecomastia (Crescimento das mamas no Homem, podendo até causar secreção de leite);
- Aumento do risco de câncer de próstata;
- Comprometimento do sistema cardiovascular (aumento do coração, risco de AVC e infarto);
- Aumento do LDL Colesterol e diminuição do HDL Colesterol, aumentando risco de doenças cardiovasculares como aterosclerose;
- Problemas na glândula Tireóide;
- Nas mulheres: Desenvolvimento de características masculinas como virilização, acne severa, crescimento excessivo de pelos faciais e corporais, voz grave, queda de cabelo, hipertrofia do clitóris, redução das mamas, amenorreia (ausência de menstruação);
- Se usado por adolescentes que não completaram o crescimento, pode causar o amadurecimento precoce das epífises ósseas, limitando o crescimento;
Quase que a lista não acaba. Mas é incrível como as pessoas ainda insistem em utilizar anabolizantes mesmo sabendo de todos esses riscos. Muitos falam que isso só acontece se não usar da forma correta, mas o que não sabem é que não existe forma correta, o que existe são métodos de utilização padronizados que "servem" para a maioria das pessoas, mas que pra outras pode ser fatal. Sem falar que muitos dos males citados acima são vistos em longo prazo, ou seja, talvez o indivíduo só venha a manifestar quando estiver mais velho.
Como diz um grande e inteligentíssimo Professor de Educação Física amigo meu, quem utiliza anabolizantes para "ficar forte" precisa, na verdade, é de ajuda psiquiátrica.
Espero ter ajudado com mais essa matéria, ainda mais se tratando de dois produtos que 99% das pessoas acreditam que sejam suplementos alimentares, quando na verdade são anabolizantes esteróides.
Até a próxima!
Referências
FORTUNATO, R. S.; ROSENTHAL, D.; CARVALHO, D. P. Abuso de Esteróides Anabolizantes e seu Impacto sobre a Função Tireóidea. Arq Bras Endocrinol Metab, 2007; 51/9:1417-1424.
KICMAN, A. T. Pharmacology of anabolic steroids. British Journal of Pharmacology (2008) 154 502–521.
MCARDLE, Willian D., KATCH, Frank I., KATCH, Victor L. Fisiologia do Exercício. Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
SILVA, P. R. P.; DANIELSKI, R.; CZEPIELWESKI, M. A. Esteróides anabolizantes no esporte. Rev Bras Med Esporte, Vol. 8, Nº 6 – Nov/Dez, 2002.MCARDLE, Willian D., KATCH, Frank I., KATCH, Victor L. Fisiologia do Exercício. Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Frozen Yogurt - uma alternativa saudável!
Mais uma Sexta-Feira vai acabando e outro fim de semana se aproxima. E a dica de hoje é bem útil para as saídas de Sábado e Domingo.
Hoje falaremos um pouquinho sobre a moda que caiu no gosto da galera: o Frozen Yogurt (aquele iogurte natural em forma de sorvete expresso). Já começo falando que atualmente vive-se um fenômeno bem interessante da busca pela alimentação saudável, coisa que praticamente não existia há algum tempo. Apesar de ainda termos muito o que mudar, a cada dia que passa mais pessoas passam a buscar opções saudáveis e fogem da cultura das junk-fast food (aquela péssima comida do ponto de vista nutricional).
Nessa onda do saudável (e gostoso) foi que surgiu os iogurtes frozen. Semelhantes a sorvetes na textura e, em alguns casos, até mesmo no sabor, muitas pessoas ainda têm dúvidas quanto a seu valor nutricional, ou seja, se realmente faz bem ou se é apenas mais uma jogada de marketing.
De uma forma geral, os iogurtes são produzidos com leite desnatado, ou seja, eles não possuem gordura. Se pegarmos o sorvete para comparar, ele vai perder feio, já que a quantidade de gordura (principalmente nos sorvetes cremosos) é bastante alta, com o fator agravante de possuir boa quantidade de gordura trans (que está diretamente relacionada com problemas cardiovasculares).
Os iogurtes são ricos em proteínas de excelente valor biológico, um padrão que mede a qualidade dessa proteína. Sendo assim, são uma ótima fonte proteica para lanches. Na contra-mão, o que tem menos no sorvete é proteína.
Em relação aos "temidos" carboidratos, o frozen yogurt possui basicamente a lactose (carboidrato do leite) e a sacarose (açúcar de cozinha), para adoçar o produto. Há algumas opções no mercado de iogurte Diet, ou seja, sem açúcar adicionado. Em termos de quantidade, não é nada que vá prejudicar a saúde de alguém se este alguém consumir açúcar de maneira moderada durante o dia. Para efeito de comparação, o sorvete possui mais açúcar do que o iogurte.
Acabou por aí? Não! Alguns iogurtes, ainda por cima, podem possuir microrganismos benéficos à nossa flora intestinal, (bactérias que vivem no nosso intestino e ajudam a regular a função dele). São os chamados probióticos, inexistentes no sorvete. Tem-se estudado a possibilidade de adicionar aos iogurtes frozen fibras prebióticas (nutrientes que favorecem a colonização dos probióticos no nosso intestino), fazendo do iogurte um alimento simbiótico (pre + probiótico). Alguns iogurtes também são enriquecidos com cálcio, que é importante para saúde óssea, muscular e mental.
O que muitas pessoas não sabem é que esses iogurtes podem ser consumidos como refeições pequenas (lanches) e não somente como sobremesa de um almoço ou jantar, principalmente quando acompanhado de frutas e/ou castanhas. É aqui que a maioria das pessoas acabam cometendo pequenos deslizes: ao invés de encher o iogurte com caldas variadas, leite condensado, chocolates triturados e afins, a opção mais saudável é complementá-lo com frutas (de preferência de cores variadas) e castanhas/nozes (fontes de importantes minerais para nossa saúde).
Se você ainda não experimentou, segue a dica: aproveite o calor que tem feito nesse começo de Outono e dê uma chance aos frozen yogurts. E não vale a desculpa de não gostar do sabor do iogurte natural, pois a maioria dessas lojinhas oferecem também o iogurte com sabores de frutas diversas, dando mais opções para que todos possam experimentar essa alternativa gostosa e saudável.
Bom fim de semana a todos!
segunda-feira, 4 de abril de 2011
A natação e os suplementos!
Olá, pessoal!
Semana corrida e faculdade começando a tomar o tempo integral de vida!
Segue um link para um texto que escrevi pro site da SNC Salvador.
Clique aqui para ler a matéria!
Aproveitem e leiam as outras mil matérias sobre nutrição, suplementação e esportes lá.
Grande abraço e ótima semana a todos!
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domingo, 27 de março de 2011
Alerta sobre suplementos da moda (Parte 2 - O Lipo 6 Black).
Olá, queridos leitores!
Dando continuidade a esta série de matérias sobre os suplementos que estão na moda nas academias ao redor do Brasil, hoje vamos discutir um pouco sobre o Lipo 6 Black (e toda a família Lipo 6). Trata-se de um produto da classe dos termogênicos, ou seja, aqueles suplementos que prometem aumentar a termogênese (aumentar o gasto energético, desperdício de energia e acelerar o metabolismo).
Figura do site oficial. Você se arrisca a encarar o sujeito da figura? |
Os termogênicos promovem um efeito muito bom para quem quer aumento de energia e aquele "up" na disposição para malhar, assim como propiciam ao emagrecimento. Os ingredientes que compõem esse tipo de produto são basicamente estimulantes do Sistema Nervoso Central (SNC), com ação de estimular a liberação de adrenalina e noradrenalina, e alguns até possuem função semelhante à desses neurotransmissores presentes no nosso corpo. Essas duas substâncias (adrenalina e noradrenalina) tem função importantíssima no aumento do estado de alerta, na capacidade de realizar exercício e na mobilização de gordura para servir como fonte de energia. Outros benefícios que os princípios ativos dos termogênicos podem oferecer é a inibição do apetite, por exemplo.
Ainda não é totalmente comprovado que substâncias como a cafeína, sinefrina, L-tirosina e ioimbina possuem efeito emagrecedor, mas a maioria dos termogênicos possuem estes ingredientes na composição e eles realmente parecem ajudar na perda de gordura. O perigo do uso de termogênicos é quando estão presentes substâncias que comprovadamente podem comprometer a saúde mental e cardiovascular de indivíduos sadios.
E é aí que entramos na família Lipo-6. Trata-se de um suplemento proibido para venda no Brasil. Mas por quê?! Será que há algum motivo para ele ser proibido mesmo? E será que ele é o único que realmente funciona? Vale a pena arriscar a saúde em busca de um resultado possivelmente maior?
A família Lipo 6 Black é constituída por um ingrediente chamado 3,5-Diiodo-L-Tironina. É um hormônio mais conhecido como T2. Ele tem função de modular a atividade da glândula Tireóide. A glândula Tireóide é localizada na região do pescoço e é responsável pelo controle do metabolismo do seu corpo. Uma maior atividade da Tireóide faz a pessoa ser mais ativa e geralmente mais magra (por gastar mais energia), já uma menor atividade resulta no contrário (pessoas mais calmas, sonolentas e menor gasto energético). Ou seja, o Lipo-6 Black possui atividade pré-hormonal estimulando a ação da Tireóide. O problema disso? Qualquer desbalanço hormonal pode induzir a quadros de doenças endócrinas, como uma hipo ou hipertireoidite. É o barato que sai caro.
E por mais que as pessoas pensem "Ah, mas isso não vai acontecer comigo, vou tomar somente 1 frasco do produto, só 1 mês", a possibilidade de alteração na função da Tireóide pode acontecer nesse curto espaço de tempo. A pessoa pode ser geneticamente predisposta a desenvolver algum problema tireoidiano e o simples uso do suplemento pode desencadear esse processo que talvez só acontecesse em outro estágio de vida ou sequer se manifestasse.
Já os termogênicos que são permitidos para venda no Brasil passam por um processo de registro mais rigoroso quanto às substâncias neles presentes, fornecendo mais segurança para quem os toma e, com exceção dos ingredientes perigosos, possuem exatamente a mesma formulação dos "proibidos". O que se vê na prática é que o efeito do uso de um bom termogênico legal pouco difere do resultado de um termogênico ilegal. O que enfraquesse aquela máxima de que: "O proibido é sempre melhor".
O importante é sempre consultar um nutricionista para indicação do uso de um suplemento bom e confiável, que não irá prejudicar sua saúde. Lembrem-se sempre, a saúde vem em primeiro lugar, e por consequência leva aos resultados estéticos esperados.
Referências
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 10a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
GOLDSTEIN, E. R. et al. International society of sports nutrition position stand: caffeine and performance. Journal of the International Society of Sports Nutrition. V. 7, n.5, 2010.
INCHIOSA JR., M. A. Experience (Mostly Negative) with the Use of Sympathomimetic Agents for Weight Loss. Journal of Obesity. 2011.
LOMBARDI, A. et al. 3,5-Diiodo-L-thyronine rapidly enhances mitochondrial fatty acid oxidation rate and thermogenesis in rat skeletal muscle: AMP-activated protein kinase involvement. Am J Physiol Endocrinol Metab 296: E497–E502, 2009.
RASCOVSKI, A. et al. Eficácia e Tolerabilidade das Substâncias Calorigênicas: Ioimbina, Triiodotironina, Aminofilina Combinada a Efedrina e Fenilpropanolamina no Tratamento da Obesidade a Curto Prazo. Arq Bras Endocrinol Metab 2000;44/1:95-102.
terça-feira, 15 de março de 2011
Dextrose X Maltodextrina
E aí, pessoal!
Desculpem a ausência aqui no blog! Estava viajando e só voltei agora, após recarregar as energias para mais um ano que começa, afinal, no Brasil o ano só começa após o carnaval, não é o que dizem?!
O título do post é auto-explicativo. Todo mundo que já procurou suplementos um dia se deparou com a dúvida: Devo tomar maltodextrina ou dextrose? E o que são?
Para esclarecer tudo que diz respeito a esses dois carboidratos, segue o LINK para o excelente texto escrito pela colega Bianca Gonçalves no site da SNC Salvador.
Aproveitem e acessem as demais matérias do site que sempre são bem enriquecedoras.
Até mais!
Desculpem a ausência aqui no blog! Estava viajando e só voltei agora, após recarregar as energias para mais um ano que começa, afinal, no Brasil o ano só começa após o carnaval, não é o que dizem?!
O título do post é auto-explicativo. Todo mundo que já procurou suplementos um dia se deparou com a dúvida: Devo tomar maltodextrina ou dextrose? E o que são?
Para esclarecer tudo que diz respeito a esses dois carboidratos, segue o LINK para o excelente texto escrito pela colega Bianca Gonçalves no site da SNC Salvador.
Aproveitem e acessem as demais matérias do site que sempre são bem enriquecedoras.
Até mais!
terça-feira, 1 de março de 2011
Alimentação para o Carnaval
Uma das maiores, senão a maior festa popular de todo o mundo, o carnaval da Bahia é uma manifestação cultural que exige muito do físico do folião. Concomitante a isso, as opções de comidas nas ruas não são as mais confiáveis e saudáveis e há o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
Diante de enormes distâncias percorridas a pé ao som frenético do trio elétrico, o desgaste físico é enorme. O corpo desidrata, o músculo cansa, e os efeitos são sentidos na mesma hora, ou no mais tardar no dia seguinte. Mas quais seriam as melhores formas de combater isso em plena avenida? Como encarar bem a maratona que é o carnaval de Salvador de maneira saudável?
Para começar, devemos nos preocupar sempre com a hidratação. O consumo de bebidas não alcoólicas deve ser feito de maneira constante durante o percurso. A bebida alcoólica, ao contrário do que se pensa, não hidrata quando consumida em grande quantidade, pois o álcool induz à diurese (formação de urina), que acaba aumentando a desidratação. Mas também não é necessário deixar de beber um drink ou uma cerveja por causa disso, o recomendável é nunca deixar de beber água (de preferência mineral, por causa da higiene) por pelo menos 1 hora.
Quanto à alimentação, a maioria das pessoas esquece este importante fator. E como o que acontece geralmente é o consumo exagerado de álcool, essa soma pode ser catastrófica para o organismo. Fazer refeições leves no carnaval é essencial para manutenção da energia mental e muscular. Por isso, devemos ingerir algum alimento pelo menos a cada duas horas de folia. O problema, muitas vezes, é a escolha desse alimento. Antes de sair de casa, evite comidas muito pesadas como feijoadas e moquecas. Na rua, dê preferência a sanduíches leves (sem frituras e condimentos, por exemplo) feitos na hora ou industrializados, pois previne o risco de uma intoxicação ou uma toxinfecção alimentar. Evite o consumo de alimentos gordurosos, pois eles retardam o processo de digestão, deixando aquela sensação de estufamento. Beber sucos de fruta é bastante indicado para uma refeição leve e rápida. Até o refrigerante tem seu lugar, desde que não seja diet ou light, pois estes não possuem o açúcar, que servirá como energia no seu organismo.
Quanto à higiene, se possível, não consuma os famosos churrasquinhos, cachorros-quentes, queijos-coalho e frituras: estes alimentos são um carnaval à parte para microrganismos que fazem mal à saúde.
Algumas dicas podem ser valiosas:
- Observe as condições de higiene do ambiente;
- Observe a higiene do vendedor (se ele manuseia o dinheiro e o alimento com as mesmas mãos, por exemplo);
- Verifique a limpeza do estabelecimento;
- Não consuma aquele queijo que já está amarelado e mais rígido (a proliferação de bactérias já é visível, nesse caso);
- Maioneses, catchups e mostardas devem ser guardados sob refrigeração, assim como alimentos crus;
- Não ignore seu olfato: se algo não cheira bem, é porque não deve estar bem.
Dentre os suplementos, podemos usar repositores energéticos baseados em carboidratos para manutenção e recuperação dos níveis de energia. Eles existem sob a forma de pó para mistura, podendo ser levados em garrafinhas para o circuito; também sob a forma de gel e balas, o que os torna bastante práticos, podendo ser levados no bolso do short.
Outro tipo de suplemento bem utilizado pelos foliões é a cafeína. Por agir como um estimulante do sistema nervoso central e aumentar os níveis de atenção e alerta, além de aumentar a capacidade de esforço (o que diminui a percepção de dor muscular), a cafeína pode ser aquele estímulo energético a mais para melhorar sua folia. Um conselho para quem usar a cafeína: não se esqueçam de beber água, pois a cafeína pode aumentar um pouco a perda de líquidos (que já é aumentada naturalmente com o calor, a agitação e o álcool). Deve-se ter cuidado ao usar esse tipo de produto, pois ele é contraindicado para pessoas com problemas de pressão, problemas cardiovasculares, gastrite, esofagite, refluxo, ansiedade e/ou depressão.
Então, lembrem-se: cuidem da alimentação durante o carnaval. Não se esqueçam da hidratação com água mineral, da ingestão de refeições leves e, se quiserem mais energia e disposição, de procurar o suplemento correto. Esses detalhes importantes e simples são de suma importância para que você arrase no carnaval, e não que o carnaval arrase você.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Alerta sobre suplementos da moda (Parte 1 - O Jack3d).
Olá, pessoal!
Como prometido, hoje dedico um post inteirinho aos suplementos alimentares. Mais especificamente os suplementos que estão dando o que falar nas academias, os suplementos da moda. Como é um assunto muito grande e eu não gostaria de abordar resumidamente, nesse primeiro post falarei somente sobre o Jack3d, mas citarei todos os que ainda vou escrever: Jack3d, Lipo 6 Black, Shotgun, The Curse, D-Drol, M-Drol, Thermo Pro, naNO Vapor e OxyElite-Pro.
Resolvi falar sobre esse assunto porque é assombroso como o consumo de suplementos sem orientação profissional vem crescendo. Segundo amigos professores de Educação Física que trabalham em academias e até por minha própria experiência lidando com essas pessoas, é mais do que comum a pergunta: "Comecei a malhar, o que é que eu devo tomar?"
Essa pergunta parece inocente mas reflete a supervalorização da suplementação em detrimento do treinamento físico per se. Claro que usar suplementos pode ser aquele estímulo a mais para cumprir aquela promessa de início de ano ao entrar na academia (e é excelente quando isso acontece), mas as pessoas não sabem dosar isso. Posso afirmar que um dos (muitos) fatores para a importância exacerbada da suplementação em praticantes de academia é a FALTA DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL. Todo mundo que estuda exercício físico sabe da famosa Tríade do exercício físico - Exercício + Alimentação + Descanso = Resultado. Ou seja, quer alcançar os seus objetivos? Treine bem, se alimente bem e descanse bem. Podemos incluir na Alimentação a Suplementação bem feita e orientada por um nutricionista capacitado.
Apesar de não trazerem benefícios quando usados de maneira equivocada, são poucos os riscos à saúde que a maioria dos suplementos alimentares podem causar. Sugiro que releiam essa frase e acrescente a palavra "legalizados" entre as palavras "alimentares" e "podem". É aí que está o perigo. Todos estes suplementos que citei no começo do post são PROIBIDOS para comercialização no Brasil (isso não impede que lojas sem escrúpulos vendam estes produtos). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) não permite que eles sejam vendidos em território nacional. Os motivos serão explicados agora.
Antes de tudo, é comum as pessoas subjulgarem a ANVISA no que tange a comercialização de suplementos. Talvez porque tenhamos um sentimento incubado de inferioridade em relação aos Estados Unidos e seus órgãos de fiscalização, pois lá todos estes suplementos são permitidos. Saibam que não há necessidade de comprovação científica para comercializar suplementos nos EUA, e se uma substância pode fazer mal, eles esperam que faça para depois proibi-la. Coisa que não acontece no Brasil. Não que a ANVISA seja perfeita (longe disso), mas toda moeda tem seus dois lados.
Para começar, o Jack3d. Este suplemento já ganhou fama em todas as academias e é bastante consumido. Pode ser categorizado como um "Otimizador Metabólico". É para ser usado antes do treino (cerca de 15-30 minutos) e promete disposição, energia, vasodilatação (para melhorar o transporte de nutrientes nos vasos sanguíneos), força e recuperação muscular. Analisando os seus ingredientes, vê-se que possui creatina, arginina, beta-alanina e cafeína, até aqui nada demais, pois são ingredientes legalizados.
O problema aparece com a inclusão de dois ingredientes: Schizandrol-A e 1,3-Dimethylamylamine. Apesar do nome, não são substâncias anabolizantes esteróides (os famosos hormônios). Na verdade, são poderosos estimulantes do Sistema Nervoso Central (SNC), resultando em uma euforia e disposição acima do normal, deixando as pessoas (segundo relatos de usuários) transtornadas, elétricas, loucas. O Schizandrol-A parece também exercer efeito negativo sobre o cortisol (hormônio altamente catabólico). A 1,3-Dimethylamylamine, por sua vez, é bastante usada como droga recreacional (usada em festas) na Nova Zelândia. O problema é que não se sabe COMO essas substâncias trabalham, tampouco seus efeitos colaterais e se causam dependência química. A 1,3-Dimethylamine, inclusive, consta na lista de substâncias proibidas da Agência Mundial Anti-Doping.
Outra informação bem interessante é que ao entrarmos na página voltada para os suplementos, nas descrições são citadas inúmeras fontes bibliográficas para os prometidos efeitos milagrosos no intuito de enganar os consumidores tentando passar a imagem de "aprovado cientificamente". Essas fontes realmente são citadas, mas só para descrição de efeitos fisiológicos (que acontecem normalmente) no corpo humano, sem terem relação com o suplemento. Isso pode levar as pessoas a pensarem, equivocadamente, que o produto foi testado em humanos e comprovado que funciona, assim como que é seguro seu uso.
Algumas fontes noticiam que o Jack3d será proibido para venda nos EUA. É esperar pra ver.
Então, caros leitores, tenham cuidado quando ouvirem falar de algum suplemento, procurem saber quais são os ingredientes e busquem recomendação profissional. Muitos deles podem ser como o Jack3d, um produto proibido para venda no Brasil e que é um verdadeiro tiro no escuro, pois pouco se sabe como suas substâncias atuam sobre nossa saúde. E aí o que tinha como objetivo promover promover saúde, pode gerar consequências desagradáveis.
No próximo post falarei sobre o Lipo 6 Black. Até mais!
Referências
1. PANOSSIAN, A.; WIKMAN, G. Pharmacology of Schisandra chinensis Bail.: an overview of Russian research and uses in medicine. J Ethnopharmacol. Jul 23;118(2):183-212, 2008.
Referências
1. PANOSSIAN, A.; WIKMAN, G. Pharmacology of Schisandra chinensis Bail.: an overview of Russian research and uses in medicine. J Ethnopharmacol. Jul 23;118(2):183-212, 2008.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
O que comer antes de malhar? (Parte 2)
Faz um tempo que tinha prometido a continuação do post "O que comer antes de malhar?". Demorou, mas aqui está a segunda parte deste tópico que, acredito eu, será de muita ajuda para quem gosta de praticar exercícios físicos. Na primeira parte, falei um pouco sobre o consumo de alimentos baseados em carboidratos no pré-treino, agora vamos falar da ingestão de proteínas nesse período.
Como mencionado na primeira parte da matéria, a refeição que antecede o treinamento deve ser feita cerca de 1 hora antes do treinamento. Esse tempo é importante para que o processo de digestão e absorção possa ser completado e não interfira negativamente com o seu rendimento físico (desconforto estomacal/intestinal, gases, etc). Para isso, é importante termos fontes de proteínas não tão difíceis de digerir, como as carnes brancas (peixes e aves) e embutidos como peito de peru (apesar do alto teor de sódio). A ricota é uma excelente fonte de proteínas do soro do leite (isso mesmo, a famosa Whey Protein), portanto é uma boa opção para ser consumida nesse momento. Uma opção que une carboidrato e proteína de uma maneira saudável e adequada é o sanduíche, nesse caso pode usar sua imaginação e preferências alimentares para fazer as misturas.
Mas será que o consumo de proteínas é necessário mesmo nesse momento? Os estudos científicos mais atuais dizem que sim. Alguns dos benefícios citados por estes estudos são: aumento da síntese proteica muscular (produção de proteínas musculares), ação anticatabólica (protege o músculo em atividade) e melhora na recuperação muscular. Êpa, mas o uso de suplementos proteicos, por exemplo, não é recomendado logo após o treinamento físico, Bruno? Corretíssimo, mas já existem alguns estudos que defendem a ideia da suplementação de proteinas pré-treino exatamente pelo fato da melhor disponibilidade desses aminoácidos (unidades formadoras de proteínas) para a musculatura durante a atividade, já que o fluxo sanguíneo nos músculos em contração é aumentado e há uma maior sensibilidade das células musculares à entrada de nutrientes. Mas lembrem-se, estamos falando da REFEIÇÃO que antecede a sessão de treinamento, e não sobre a SUPLEMENTAÇÃO pré-treino. Inclusive, dedicarei um post todinho para esse assunto, já que existem alguns suplementos que estão na moda nas academias e muitos deles precisam ser explicados para as pessoas, pois não são tão inofensivos como elas pensam.
De uma forma bem simplificada, é como se a ingestão cíclica (de 3 em 3 horas) de uma quantidade boa (cerca de 20g) de proteína ativasse melhor a musculatura, encurtando períodos de recuperação e otimizando o aumento de massa muscular. Portanto a refeição pré-treino também deve ser beneficiada com proteínas, principalmente as de alto valor biológico (VB), que são aquelas que possuem bastante aminoácidos essenciais (os que nosso organismo não consegue produzir sozinho). Esses aminoácidos já foram provados como os principais estimulantes da síntese proteica e da recuperação muscular, sendo encontrados em maior quantidade nas fontes de proteínas animais (carnes, ovos, leites e derivados).
É normal as pessoas só se preocuparem com o uso de proteínas logo após o treino ou antes de dormir, esquecendo das demais refeições diárias. Espero que tenha ajudado vocês a entenderem a importância das proteínas não somente na refeição pré-treino, mas durante todo o nosso dia.
Até mais, pessoal.
Referências
1. MOORE, D. R. et al. Ingested protein dose response of muscle and albumin protein synthesis after resistance exercise in young men. Am J Clin Nutr 2009;89:161–8.
2. MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
3. BORSHEIM, E. et al. Essential amino acids and muscle protein recovery from resistance exercise. Am J Physiol Endocrinol Metab, 283(4). 2002.
4. ARNY, A. F. et al. Essential amino acids for muscle protein accretion. Strength and Conditioning Journal. 32(1), 2010.
5. HULMI,J. J. et al. Effect of protein/essential amino acids and resistance training on skeletal muscle hypertrophy: A case for whey protein. Nutrition & Metabolism, 7:51, 2010.
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